A ORIGEM DAS PALAVRAS UMBANDA E QUIMBANDA

UMBANDA

É nosso dever, trazer para nossos irmãos umbandistas, esclarecimentos sobre os cultos afro-brasileiros; é o que fazemos através de nossas Pesquisas Ecléticas.

Muitos têm compreendido o termo de origem da palavra Umbanda ao contrário da fonte verdadeira na qual se originou.

Pois bem. Quem está com a palavra sobre essa explicação é o saudoso Tata Ti Inquice, Tancredo, eu apenas transcrevo o tema.

Esse vocábulo, Umbanda, tem sua origem no substantivo feminino do segundo gênero (Banda). Banda tem origem no dialeto Banto, e quer dizer lugar, cidade; o vocábulo (Umbanda) nasceu do nosso linguajar, porque o sentido real de banda é, todos vindos de diversos lugares ou reunidos daqueles lugares.

Pelo entrosamento do dialeto Banto e o idioma falado no Brasil (português), surgiu o impulso do conjunto e traços culturais estreitamente ligados entre si, formando a palavra Um – Banda, pois Um é o adjetivo único, contínuo, singular, indivisível, e juntando este ao substantivo, expressou-se dentro nosso linguajar, a palavra Umbanda.

O dialeto, os costumes morais e as crenças religiosas deram os traços marcantes e culturais no nosso linguajar, pelo fenômeno da acomodação e os complexos das palavras em nosso idioma devido à essa aculturação.

Portanto uma coisa é certa, nosso idioma recebeu dentro do seu conteúdo gramatical, grandes influências dos dialetos africanos.

QUIMBANDA

Com esse vocábulo,Quimbanda, acontece a mesma incompreensão sobre o seu termo de origem.

Muitos chegam a afirmar que Quimbanda é o lado negativo da Umbanda; e para ser mais claro, dizem, onde se pratica a magia negra.

Como nós já sabemos a magia não tem cor, nem é branca, nem é negra; magia é só uma. O bem ou o mal está na intenção de cada um, pois se é verdade que podemos pensar positiva ou negativamente, verdade é que tudo que desejarmos ao próximo, receberemos em dobro.

Entretanto este substantivo feminino, Quimbanda, não sofreu influência do nosso linguajar; ele acha-se dentro do nosso conteúdo gramatical, da mesma maneira real que surgiu de sua verdadeira fonte de origem, que é o Quimbundo*.

Então Quimbanda tem sua fonte de origem no Quimbundo que é uma mistura de dialetos africanos, criado pelo governo para ser ensinado nas escolas das colônias portuguesas, afim de que todos angolenses se entendessem entre si nas regiões tribais de Angola e Moçambique.

Baseado nesta estrutura vejamos: quim ou kim, quer dizer em linguagem africana, médico ou grão-sacerdote dos cultos Bantos. Banda quer dizer lugar ou cidade.

Resumindo, chegamos à conclusão de que em nosso idioma, quimbandeiro quer dizer Grão-sacerdote dos cultos Bantos, vindos de Angola, Moçambique e Benguela.

* Língua banta dos bundos ou ambundos (Angola, África); ambundo, andongo, bundo, dongo, luanda, quindongo, e língua de Angola.

ALQUIMIA

A Alquimia é filha da Cabala, assim sendo, vamos buscar nela alguma coisa sobre a geração humana.

Desnecessário seria explicar que o umbigo é uma cicatriz, vestígio da nossa – união com a Mãe Terra.

Este sinal, que tanto o homem como a mulher tem no seu organismo externo, poder-se-ia dizer que, este é o verdadeiro apêndice de igualdade entre os dois sexos. Os Mestres alquimistas, dizem que o umbigo é a ilha do mar do ventre, que é regido pelas águas. É o oásis intermediário entre os dois mamilos da mulher, e o externo do homem, e o jardim de Vênus ou dos Espérides que existe tanto no homem como na mulher.

Contudo sendo a Alquimia o estudo secreto mais adiantado do nível das leis cabalísticas de afinidade sobre a geração humana, que aqui divulgo para elevar os conhecimentos de seguidores da Umbanda, e por isso, não possa dar nenhuma explicação mais detalhada até chegar o momento certo, posso porém adiantar que o umbigo é a porta pela qual aparecem os Elementais na água, na terra, no fogo e no ar do nosso microcosmo.

O homem primitivo não era dotado desse sinal (umbigo) pelo menos no lugar onde o temos hoje, mas tinha algo em seu Chacra Frontal que muito parecia com o nosso umbigo atual.

As mulheres pitris tinham o seu filho em uma frondosa vegetação, onde hoje temos o nosso umbigo e o Chacra.

Depois, por autodefesa, foram exercendo uma verdadeira absorção do seu sentido de maternidade, de maneira que o filho fosse gerado internamente, sendo o umbigo o seu lugar de expulsão durante o parto.

Este porém, nunca esteve completamente fechado, servindo como via respiratória para o feto.

Por estes fatos se pode observar toda a metamorfose sofrida por esta parte do nosso organismo, isto é, olhos, nariz e útero, peças de inestimável valor no nosso conjunto fisiológico.

O mistério de nossa anatomia oculta, esta representado por três nós a saber:

1o O nó físico – umbigo
2o O nó psíquico – o ânus
3o O espiritual – no grande artelho do pé esquerdo, onde se fecha a nossa aura.

Estes representam os três círculos mágicos e se manifestam dentro dessa relação que representa o homem, o demoníaco e o Divino.

Os ocultistas, os iniciados e os agnósticos sabem que o macho e a fêmea voltarão a se fundir novamente no grande andrógino, no dia em que se abra outra vez o umbigo da mulher, para nele penetrar completamente o homem.

O umbigo fala, pois é a boca do nosso sexto corpo.

Certo tipo de sibilas e adivinhos, colocavam o ouvido esquerdo sobre o umbigo das vestais do templo e interpretavam em símbolos e mensagens os barulhos de seus ventres.

Os sacerdotes e sacerdotisas do Sol, pintavam no ventre (em ouro, os homens e em prata, as mulheres), um sol de raios refulgentes cujo centro era o próprio umbigo.

E não estaria completa esta enumeração se não nos referíssemos àquele maravilhoso cerimonial do aquelarre medieval, realizado em um altiplano do bosque onde existisse uma árvore com o tronco oco e furado a uma certa altura, para que servisse como caverna e altar onde se manifestaria a potestade do demônio.

A Alquimia mostra como era o nosso antecessor, o grande andrógino. Era uma criação da vida sexual e se bastava a si mesmo para procriar; não tinha porém umbigo, pois nascia unido por um cordão duplo, que se ajustava ao Chacra Frontal e ao Coronário, com os quais tinha a sua comunicação mãe-pai. Disto se depreende que o umbigo é o primeiro símbolo do homem fracionado em suas duas metades, fêmea e macho, e ao mesmo tempo a peça de engrenagem de ambos. Nos atos do coito primitivo e quase instintivo, não saberíamos dizer se existia a união dos umbigos.

Bibliografia:
TECNOLOGIA OCULTISTA DA UMBANDA
Tancredo da Silva Pinto