Mitos e verdades sobre a incorporação na Umbanda
Muitos Médiuns não conseguem sequer pisar em um terreiro de Umbanda com medo de que possam “incorporar um espírito” no meio da sessão. Mas será que é assim tão fácil a incorporação? Por que uns incorporam mesmo sem querer e outros Médiuns tem dificuldade? Como funciona a incorporação na Umbanda?
A história da incorporação na Umbanda
A Umbanda nem sempre foi uma religião organizada como é hoje, e uma das grandes evoluções que a ela conquistou foi a possibilidade de doutrinar as entidades que desejassem trabalhar em parceria com os Médiuns. A incorporação sempre aconteceu mesmo nas religiões mais tradicionais, como é o caso do catolicismo. Entretanto, a incorporação na Umbanda foi adotada como uma forma de permitir que espíritos em busca de luz pudessem se manifestar. Tudo isso em benefício dos irmãos que precisassem carmicamente trabalhar como “cavalos”, bem como em benefício dos irmãos necessitados que procurassem um terreiro.
Por que as pessoas tem medo de “incorporar”?
A falta de informação e de direcionamento para uma bibliografia adequada faz com que muitos filhos de santo que sentem “vibrações” tenham medo de incorporar. Isso por conta das histórias que ouvem sobre sair do próprio corpo, desmaiar, serem acometidos por visitas noturnas, serem possuídos para sempre e até mesmo fazerem passagem por conta de incorporar uma entidade ou um obsessor. O nosso objetivo aqui é desmistificar esses mitos e explicar energeticamente como se dá o processo de incorporação na Umbanda.
A incorporação é o nome dado ao processo mediúnico onde um “aparelho”, ou seja, um médium se comunica com um espírito trabalhador da luz. No entanto, não há real incorporação, pois se uma alma abandonasse um corpo, o mesmo morreria. O que existe é um contato entre a mente do médium e a mente do espírito, e por isso muitos relatam que, por vezes, contra o seu desejo mental, percebem que suas bocas estão falando aquilo que as entidades sopram na mente. Portanto, esse processo é telepático e o nome que se dá é psicofonia.
Por que os Médiuns bebem e fumam quando incorporados?
O fumo e a bebida são veículos espirituais de descarrego e trasmutação de energias negativas na Umbanda. Por isso, em centros sérios, não é permitido o uso irrestrito do álcool ou do fumo; este uso deve ser consciente e somente direcionado para a limpeza. Muito do exagero no uso se deve a desequilíbrios de ordem psico-espiritual do próprio médium, e não da entidade. Por isso, é preciso estar preparado física, emocional e espiritualmente para iniciar o desenvolvimento.
É perigoso o processo de incorporação na Umbanda?
A palavra certa não é perigo, e sim complexidade. A incorporação é um processo espiritual tão complexo quanto uma fórmula matemática ou a construção de um prédio, e por isso exige atenção por parte dos chefes de terreiro e dos Médiuns. É fundamental seguir as preparações que são praxe na Umbanda: resguardo no dia anterior, banho de descarrego, defumação da Casa, apoio dos guardiões, firmamento de velas e pontos riscados, pontos cantados sob a firmeza do atabaque. Sem essa proteção, incorporar pode sim ser um processo arriscado, pois pode dar passagem a um espírito zombeteiro que não está interessado em evoluir espiritualmente.
Por que há Médiuns que incorporam na Umbanda e outros não?
A mediunidade é uma dívida espiritual que uma alma se compromete em sanar ao reencarnar em nosso planeta. No entanto, há diversas formas de mediunidade, ou seja; várias maneiras de servir espiritualmente. Há Médiuns que ouvem, que vêem, que psicografam, que intuem, que sonham, que benzem, que oram…. Enfim, há uma infinidade de trabalhos possíveis e cada um deles foi oferecido como dom a uma alma que pudesse dar conta do mesmo. Portanto, não há um pior ou melhor; há simplesmente Médiuns que precisam trabalhar com esse tipo de processo e assumirem um compromisso espiritual em uma casa de santo.
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