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Os 7 ocultistas ingleses mais influentes desde o século 20
Ocultismo é um termo genérico usado para classificar qualquer prática, crença ou conhecimento que não se enquadre dentro dos cânones científicos ou religiosos, ou que tenha ligação com algo considerado sobrenatural. Ideias ocultas fazem parte de todas as culturas e podem estar ligadas a fenômenos místicos, esotéricos, espirituais e a rituais mágicos, práticas divinatórias, bruxaria e alquimia. Enquanto as grandes religiões têm algumas leis e princípios morais como dogma, as práticas ocultistas têm em comum o fato de que a realidade pode ser alterada pelos seres humanos de acordo com a própria vontade — nosso destino é escrito por nós, que somos livres para agir e responsáveis pelas nossas ações.
As práticas ocultistas no Ocidente são muito diversas e abarcam tradições da cabala judaica, maçonaria, espiritualismo, teosofia e misticismo. Com uma profunda influência no mundo artístico, especialmente o literário e musical, a tradição ocultista tem sua maior representatividade na Inglaterra.
A feminista Annie Wood Besant escreveu dezenas de livros sobre assuntos variados que vão da teoria socialista ao pensamento teosófico. Fez parte da Sociedade Teosófica e era conhecida por ter o dom da clarividência. Lutou pelos direitos das mulheres e foi uma crítica ferrenha da cultura cristã — que, segundo ela, representava a mulher sempre como um “mal necessário”.
Aleister Crowley se dizia o profeta responsável por conduzir a humanidade ao processo de autorrealização. Estudou filosofia na Universidade de Cambridge. Depois de fazer parte da extinta Ordem Hermética da Aurora Dourada, fundou seu próprio movimento chamado Thelema, que reúne praticantes do mundo inteiro. As ideias de Crowley influenciaram o escritor Paulo Coelho e o músico Raul Seixas, cuja maior expressão de Thelema ficou marcada no célebre verso ‘faz o que tu queres pois é tudo da lei” da canção “Sociedade Alternativa”.
O desenhista, ilustrador e pintor Austin Osman Spare deixou não apenas um legado artístico, mas também um sistema de pensamento chamado hoje de Zos Kia Cultus, em que as pessoas buscam a total expressão de sua identidade. Desenvolveu um sistema único de “sigilação”, que consiste em escrever um desejo ou expressão no papel e condensar as letras em um desenho, representação que depois é introjetada na mente e projetada no universo através de um estado meditativo. Suas ideias são as raízes da prática conhecida como Magia do Caos.
Uma das maiores representantes do pensamento teosófico do século 20, Alice Bailey deixou um legado inestimável de obras esotéricas. Inspirada pela filosofia hindu, foi a primeira a desenvolver o princípio de que a força criadora e criativa do universo é movida por “sete raios de energia”, um fogo cósmico que antecede todas as coisas. Bailey também acreditava na cura cósmica, uma vez que, para ela, toda doença se origina de algum aspecto da alma bloqueado ou reprimido.
Considerada uma das grandes ocultistas da passagem para o século 20, a escritora Dion Fortune é conhecida como uma das principais magistas cerimoniais do mundo, e é vista como um elo entre a magia cerimonial e o paganismo Wicca. Criou a própria ordem, a “Fraternidade da Luz Interior”, que sobrevive até hoje e promove cursos e estudos guiados. Escreveu dezenas de livros e expôs suas ideias a respeito da magia em boa parte dos sete romances que escreveu.
O inglês Kenneth Grant foi profundamente influenciado pelas ideias de Aleister Crowley, de quem foi assistente durante muito tempo. Fundou a própria organização telêmica com sua esposa Steffi Grant, a Typhonian Ordo Templi Orientis, cujos princípios costumam ser descritos como uma mistura de diversas tradições, incluindo tantra ioga, ufologia e até Lovecraft. Amigo íntimo de Austin Osman Spare, foi o responsável pela difusão da obra e das ideias do artista a partir da década de 1960.
O inglês Peter J. Carroll é considerado o grande praticante da Magia do Caos, um sistema mágico iniciado na década de 1970 na Inglaterra, em que o praticante visa resultados palpáveis na realidade. Continua vivo e atuante, e seus escritos costumam causar polêmica pelo teor questionador tanto da ciência quanto das crenças e das teorias acerca do universo.