quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

 Abduzidos e Contatados


O homem evoluiu sua consciência, seu pensamento, e também sua sociedade, com predomínio de sua parte racional prática, e fechou o canal de acesso aos deuses. Agora, com a entrada do feminino e a ênfase da intuição, ele está tentando fazer este resgate, diferentemente do oriental que, ainda hoje, permite o convívio com a expressão da fantasia criadora. O ocidental, porém, antes de conseguir o equilíbrio no funcionamento dos seus dois hemisférios, terá que recuperar uma larga faixa de vivências intuitivas, ou seja, este homem que até aqui considerava a fantasia um devaneio do subjetivo, terá que vivenciá-la profundamente e só aí poderá começar a discernir, em meio ao caos, o que é valioso e o que é insensato.

Nos relatos dos contatados com UFO, na riqueza dessas histórias, observamos que estas misturas ocorrem com freqüência. Com a mente estimulada, a testemunha tem facilidade de mesclar suas próprias fantasias no núcleo real.

Na minha experiência com paranormais e médiuns, muitas vezes encontro esta marcante tendência à fantasia mesclada nas vidências e clarividências e mesmo nas manifestações de subpersonalidades canalizadas com os influxos energéticos espirituais às vezes presentes e outras vezes ausentes.

Os abduzidos que não possuem uma história mediúnica anterior à situação são bem diversos. São mais concretos, não gostam de lidar ou canalizar o campo espiritual e astral e só possuem a fantasia exacerbada nos meses posteriores ao contato, mas à medida que a energia decresce, se tiverem boa orientação, separam o real do que foi agregado. São geralmente personalidades decididas, que buscam entender racionalmente o que lhe passa e por isso sofrem mais, a não ser quando se perdem na fase do messianismo ou na necessidade de provar que não são loucos.

Geralmente, após passar a fase de êxtase, tem muita dificuldade de lidar com a introversão necessária da libido e coordenar suas tarefas cotidianas e sofre a incompreensão dos que lhe cercam o que piora ainda mais seu trabalho, por se instalarem dúvidas e falta de coragem.

Não há dúvida de que existe o trauma provocado pelo primeiro impacto, que é similar a qualquer outro trauma, ou por doença, ou por acidente, morte próxima, perda grave, rapto real, e muitas vezes só por vivenciar um problema destes, sem ter nenhum contato aparente com alienígenas, a pessoa muda totalmente sua maneira de ver a vida e começa uma transformação interna e externa.

Agora, vejamos, segundo o Manual de Psiquiatria, de Henry E.Y., como são descritas as reações pós-traumáticas: "neuroses traumáticas são reações psíquicas ao estresse ou reações ansiosas desencadeadas por um choque emocional".

Os abduzidos, mais ainda que os contatados, possuem essa angústia forte e evidente, e descrevem sintomas como pânico, pesadelos, confusão mental, descontrole emotivo, chegando à hiperemotividade e outros. Só que, na maioria das vezes em que são ouvidas, as pessoas só se interessam pela sua história de contato e por isso não sabem o que estão vivendo.

As conseqüências pós-traumáticas de um indivíduo que passou por um trauma emocional (comum), não por contato e abdução, são mais fáceis de resolver, é um fato em um momento. Após o fato, é só tratar as conseqüências e integrá-las positivamente. No caso de um contatado ou abduzido, trata-se de um processo e não existe apenas um fato desencadeador, mas toda uma seqüência de fenômenos e fases diferentes de experiências e sensações, e outros contatos e outros estímulos energéticos, numa sucessão de eventos.

Encontrou-se diferenças estatisticamente muito significantes entre os UFOE e NDE (experiências próximas da morte) e o grupo de controle, nas respostas dos efeitos posteriores quanto a:





1- Sensibilidades físicas:

Sensibilidade à luz, acuidade auditiva; sensibilidade à umidade.

2- Mudanças fisiológicas:

Decréscimo da temperatura do corpo; pressão arterial.

3- Mudanças neurológicas:

Diferenças no sistema nervoso, estrutura do cérebro.

4- Mudanças energéticas:

Aumento nas correntes elétricas do corpo. Decrescimento em tempo de sono.

5- Mudanças emocionais:

Alternância de humores.

6- Expansão da clareza mental:

Aumento da expansão da mente; fluxos de informação.

7- Mudanças nas funções paranormais:

Aumento das habilidades psíquicas como causa de mal funcionamento elétrico ou eletrônico no ambiente.




Uma pessoa passando por todas essas mudanças e fenômenos se sente perdida e incompreendida no seu ambiente e consigo mesma. Não podemos deixar de levar em consideração os transtornos psicológicos advindos do viver com esta mudança.

Dentre as mais marcantes queixas dos abduzidos e contatados sobre as conseqüências do seu contato, destacam-se as seguintes:



- Sonhos repetitivos e intensos;

- Tentativa de evitar experiências e lugares onde ocorreu a experiência;

- Dificuldade em fazer as coisas cotidianas da vida, antes normalmente executadas;

- Sonolências repentinas durante o dia;

- Depressão;

- Alternância entre ausência e aumento de desejo sexual;

- Pânico, estresse e nível de ansiedade muito baixo;

- Modificação metabólica;

- Comportamentos obsessivos e diferentes;

- Dificuldade de ajustamento com o companheiro;

- Mudanças de comportamento;

- Crises de irritabilidade descontrolada;

- Grande ansiedade;

- Muita energia no corpo e no ambiente;

- Medo de estar ficando louco;

- Sentimento de afastamento da família e dos amigos;

- Dificuldade de dormir;

- Dificuldade de concentração;

- Tornarem-se quase paranóicos, com medo das outras pessoas, medo de perder o emprego, etc...


O que venho querendo mostrar é que este processo do contatado envolve outros fenômenos anômalos e, portanto, não é tão simples como resolver as conseqüências traumáticas de um acidente ou evento. É mais complexo que um processo místico e mais complicado que a vivência de fenômenos paranormais. Envolve vivências com fenômenos anômalos, como paranormalidade e Kundalini, crises de energias comuns aos processos místicos, processo de morte x renascimento e, além disso, uma personalidade com todos os distúrbios de um trauma. Apesar de tanta complexidade, essa enorme desorganização também conduz, na maioria dos casos, a resoluções e crescimentos mais rápidos que em outros processos similares.

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Trechos extraídos de:

Transformadores de Consciência, de Gilda Moura

Editora Nova Era

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