sábado, 8 de janeiro de 2022

  Zodíaco Mágico


Não é necessário conhecer astrologia, para utilizar o Zodíaco Mágico. A seguir damos o significado dos decanatos de cada signo, de acordo com a Cabala, suficientes para os melhores resultados a respeito da influência dos mesmos, sem necessidade absoluta de ser astrólogo. Sem dúvida, quem conhece astrologia, pode tirar o máximo de benefícios.

Falando de Zodíaco ou de figuras ativas, a primeira das figuras “ativas” é o círculo. Ele é o símbolo de Deus, do Infinito, do Sol, da proteção, porque ele não representa nenhuma falha. Mas não existe círculo sem centro e o centro é o melhor lugar para recuperar a proteção criada pelo círculo.

Imaginemos que, sobre cada ponto de circunferência de um círculo, forças diferentes fazem pressão; se abrirmos o círculo, em questão, uma ou um feixe de forças vão penetrar e agir assim sobre as outras forças exteriores por um fenômeno semelhante ao da osmose por vibração ou interação. Esta vibração possui uma natureza diferente, segundo a orientação do circuito traçado e o meio de conhecer quais serão os benefícios a tirar do mesmo, é se referir ao Zodíaco Astrológico e colocar a abertura do circuito em função dos resultados que se deseja obter. De todo modo é suficiente fazer uma abertura no mesmo lugar onde se irradiam as forças das quais se tem necessidade.


O Círculo Mágico


O círculo é uma das coisas a que o operador deve dispensar maior atenção, pois ele é a couraça protetora, a barreira intransponível para as forças evocadas. Quando é bem feito e por conseguinte forte, o evocador se sente à vontade em seu interior e completamente protegido contra qualquer ataque. Mas, quando é deficientemente feito e portanto fraco, o evocador não se acha seguro em seu interior e sofre as influências das forças evocadas de acordo com a natureza das mesmas.

Para que o círculo seja uma muralha infranqueável, deve ser feito mais com o pensamento e a vontade que com qualquer outro instrumento. O círculo mais misterioso dos mais misteriosos Grimórios que se conhece, se for feito automaticamente, sem concentração e compenetração do que ele representa para o operador, será fraco e transponível, quando não em totum, mas em parte, pelas influências evocadas. Não se deve confiar, portanto, nas palavras misteriosas ou nomes sagrados com que se rodeiam determinados círculos, porque estas palavras e nomes agem de acordo com a vontade do operador ou com a fé que o mesmo deposita nelas. Existem determinados nomes sagrados, que por si só, têm o poder de afastar as influências do baixo astral, mas para isso é necessário que o operador esteja em harmonia com a vibração desses nomes, o que geralmente não acontece. Quando o círculo é feito conscientemente com toda força de vontade do mago, não são necessários nomes ou palavras escritas no mesmo para se ficar ao abrigo das forças evocadas.

Quando o Mago tem confiança em si mesmo e é senhor de sua vontade, pode operar dentro de um círculo simples sem nomes ou sinais Cabalísticos de nenhuma espécie.

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Trechos extraídos de:

MAGIA TEÚRGICA

De: Vasariah

Carta Aberta


Petrópolis, 13 de maio de 1980


Meu caro amigo,


Justamente por ser hoje 13 de maio, estou lhe escrevendo esta carta. Por que hoje? Porque foi esta a data marcada pelos Borboletas Azuis, uma estranha seita que surgiu no nordeste, para o início do fim do mundo. Segundo eles, as chuvas torrenciais que irão cobrir nosso planeta de água iniciarão hoje.

Olho pela janela e vejo um céu azul e muito limpo, bem diferente daquele céu que a gente imagina para os dias apocalípticos. Nem uma nuvem.

Fico então a imaginar a quantidade enorme dos seguidores desta seita que, neste momento, talvez, estejam se preparando, movimentando suas famílias e seus pertences, para poderem escapar de um cataclismo iminente. Penso também há quanto tempo estarão conduzindo suas vidas para este momento. E, se nada acontecer, o que vai ser feito de sua fé, de sua razão para viver?

Isso não me surpreende. Quantas vezes, quantas seitas causaram pânico na multidão de seus seguidores, profetizando para hoje ou para amanhã o dia do Juízo Final?

Fico pensando nesta necessidade estranha que têm as pessoas de acreditarem em alguma coisa, de aceitarem algo como verdade insofismável e, então, traçam os rumos de suas vidas visando uma meta tão ilusória!

Fala-se tanto em final dos tempos... mas quem estará com a Verdade? São João Evangelista? Nostradamus? Júlio Verne? Os Borboletas Azuis? Onde estará a verdade?

E, à propósito, o que é a Verdade?

Quanto mais penso, mais concluo que não consigo compreender o que possa ser a Verdade. Já descobri que as verdades que nós conhecemos foram criadas pelos próprios homens. E são os homens perfeitos para criarem verdades? Em que podemos confiar para termos uma base sólida que possa sustentar as verdades em que acreditamos? Nossos sentidos?

Engraçado, quando eu era pequena, ensinaram-se que só se deve dar crédito àquilo que a gente pode pegar, cheirar, ver, ouvir ou provar. O resto é ilusão, é fantasia. Mas agora, disto eu tenho dúvidas. O sabor, por exemplo, é algo em que não confio. Como posso confiar, se existem coisas que para uns são deliciosas e para outros insuportáveis? Milhares de pessoas se deliciam com pratos feitos com peixe cru e outras tantas apreciam o queijo estragado. Então, só podemos dizer se a coisa tem gosto bom se a provarmos. Não podemos acreditar na verdade que os outros nos dizem. E, quando chegamos à conclusão que um alimento tem ou não um bom sabor, esta conclusão só serve para nós, pois os outros podem ter opiniões diferentes das nossas. E, ainda por cima, se inibirmos os nervos que ligam o paladar ao cérebro, não sentiremos o menor sabor naquilo que comemos. Então onde, na verdade, está o gosto? No alimento, no paladar ou no nosso cérebro? E alguém me disse que eu devia confiar apenas nos sentidos, pois somente eles transmitem a nós a realidade que nos cerca.

Bom, os sentidos são cinco. Cheguei à conclusão que não posso confiar muito no paladar, mas ainda restam quatro.

Mas estes quatro são bem depressa reduzidos a três quando me lembro quantas pessoas já morreram, traídas por seu olfato, que não lhes avisou do gás que escapava ou do fogo que começava a destruir suas casas.

Mas, tudo bem, ainda temos o tato, a audição e a visão.

Mas o tato também falha tanto! Até o frio e o calor, duas sensações tão diferentes, podem confundir-se para nós. O frio muito intenso dá a impressão de queimadura. Se mergulharmos uma de nossas mãos em água quente e outra em água fria e, depois, mergulharmos ambas em água morna, esta parecerá quente para uma das mãos e fria para a outra.

Onde está a verdade? Nos sons que ouço? Mas eles também me confundem, principalmente porque sei que existem sons que não ouço, sons infinitamente sutis que um animal percebe e eu não. E, mesmo aqueles que percebo, como posso defini-los? Se um ruído para mim é insuportável e, para outros, agradável? Se, às vezes, ouço sons que os outros não ouvem? Se fico tentando inutilmente descobrir de que lado vem um ruído? Que som é o som real?

E a visão? Quedo-me na contemplação silenciosa de uma estrela que já pode ter deixado de existir há milhares de anos.

Olho as cores, mas sei que as nuances que vejo podem não ser as mesmas que você vê. Para os daltônicos, as cores apresentam outros significados, se vemos uma tonalidade à luz do dia, a mesma nos parecerá diferente à luz do luar.

Assim como o conceito de belo e feio. Os homens criaram os padrões de beleza e a eles fazem suas comparações. O que é belo para uns, não o é para outros.

Olho uma circunferência e, dependendo de minha posição, ela me parece uma elipse. As formas variam de acordo com o pondo de vista de onde são observadas.

Tenho uma laranja em minhas mãos, posso vê-la, seni-la, mas se esta mesma laranja estiver a alguns metros de mim eu a verei pequenina e, se for afastada mais e mais, não poderei mais vê-la, então. No entanto, a laranja continua a existir, tão real quanto era antes, quando estava em minhas mãos. E aquela pequenina formiga que passeia na superfície desta laranja? Para ela, de que tamanho será a laranja, como lhe parecerá sua casca rugosa? E de que tamanho será esta mesma laranja para uma gigantesca criatura? Qual, então, o verdadeiro tamanho da laranja? Aquele que nós vemos, que a formiga vê, que o gigante vê?

Chego, então, à conclusão de que as coisas não têm tamanho nem forma e que nós, seres humanos, criamos o mundo que percebemos. E se o mundo que percebemos não for bem como supomos? E se formos também minúsculas formigas andando no dorso de uma laranja enorme, a que damos o nome de Terra? E por que enorme? Enorme apenas para mim, para nós, mas para outras consciências pode, na verdade, não passar de uma pequena laranja. Ou, quem sabe, uma pequena célula pertencente a algum imenso organismo.

Esta idéia me surgiu no dia em que li um artigo que dizia que experiências realizadas em 1924, na Rússia, provaram que o pensamento humano emite ondas de alta freqüência e que os elétrons que formam essa onda são produzidos no cérebro. Ao mesmo tempo, aprendi também que no universo encontramos partículas atômicas – os prótons cósmicos – carregadas de elevada energia, milhares de vezes mais altas que a energia que recebemos do sol. E ainda não descobriram a possante fonte de energia que possa ser o canhão desses prótons cósmicos. Seriam os quasares as fontes desta energia? Porque li uma vez que os quasares são certos objetos celestes, formados por grandes e luminosas nuvens de gás, que se compõem de bilhões de estrelas e que produzem uma energia incrível, mais energia do que toda uma galáxia, mais energia do que um octilhão de bombas de hidrogênio, e enviam raios de luz e ondas de rádio desde pontos que podem distar até 10 bilhões de anos-luz.

Sei que existe uma lei que se perde nos alvores da civilização, que diz: Assim como é em cima, assim é em baixo. Baseada nesta lei, fiz uma rápida comparação entre o funcionamento do corpo humano e o funcionamento dos corpos celestes.

Se no corpo humano observamos uma consciência que controla a atividade de todos os seus órgãos e de todas as células que constituem esses órgãos, no Universo esta mesma consciência controlaria então o movimento das galáxias e das estrelas. E não teriam as galáxias ou grupos de galáxias uma função universal, assim como os órgãos do nosso corpo possuem uma função em nosso organismo? E se o pensamento humano é capaz de produzir ondas magnéticas, capaz de criar elétrons, então os prótons cósmicos, esta energia formidável de origem ainda desconhecida, seriam produzidos por uma fonte que corresponderia à Mente Universal? Seriam os quasares gigantescas células desta Mente Universal? E, neste caso, existiria apenas uma Mente Universal, ou várias, cada uma delas pertencendo a um grupo imensurável de corpos celestes?

Meu amigo, neste ponto, eu faria uma pergunta: E como funcionaria esta Mente? Quais seriam seus conhecimentos e qual a sua relação com o homem? Seria esta Mente uma memória Universal? Pois, se no reino cósmico, além da velocidade da luz, deixam de existir os limites de tempo e de espaço, esta Mente conteria então todo o conhecimento intelectual e científico conseguido pelos seres viventes, no passado e no futuro. Seria ela os Arquivos Acáshicos?

Muito bem, meu amigo, aqui fica uma dúvida que tenho: A mente humana é capaz de harmonizar-se com outras mentes humanas, havendo então aquele fenômeno conhecido por telepatia. E não seria então capaz de também harmonizar-se com a Mente Universal e, nesta telepatia suprema, absorver qualquer tipo de conhecimento? Será que então poderia alcançar a Verdade? Poderia vislumbrar o futuro? Mas, neste caso, estará o futuro predeterminado? Ou ele se constrói do presente? Podemos prever o futuro? Podemos modificar o futuro? Mas, se ela já está previsto, onde fica o livre arbítrio? E, se existe o livre arbítrio, como pode estar o futuro predeterminado?

Sabe, meu amigo, estas coisas me confundem. Eu aprendi uma vez, e nunca mais me esqueci, que a mente humana cria, em planos superiores, os acontecimentos que se projetarão futuramente no mundo. Como se nossa mente formasse, numa espécie de matéria sutil, moldes que um dia se condensariam no plano material. E aprendi também que, não somente nosso pensamento faz isso, mas também a vontade de seres superiores que tomam conta do destino do nosso mundo. Eles também formam, com suas mentes, os moldes dos acontecimentos futuros. Neste caso, o vidente seria então a pessoa capaz de ler esses registros e, dessa maneira, poderia prever aquilo que irá acontecer.

Mas agora, penso eu, se o nosso pensamento pode criar formas etéreas, também deve ser capaz de modificar aquelas que já foram criadas. Deve ser por isso que muitas profecias não dão certo, não é? Quem sabe quantas vezes, com a nossa vontade, alteramos os acontecimentos que iriam ocorrer num futuro próximo ou mesmo distante?

Acredito que isto não faça diferença porque, a essas alturas, o tempo é o que menos importa. E será que o tempo existe? Eu sei que um dia o homem inventou uns aparelhos para contar o tempo, criou os dias, as horas, os minutos, os relógios e agora vive escravizado a isso tudo. Quando penso nisso, lembro-me da história que uma vez ouvi não sei de quem: "Era uma vez um Ser Superior que vivia num mundo muito diferente do nosso. Um dia ele resolveu fazer uma viagem pelo espaço e conheceu a terra. Aproximou-se para ver como viviam os habitantes daquele planeta tão bonito, e assustou-se. Viu tanta coisa errada, tanto ódio, tanta guerra, tanta ignorância das leis universais, que resolveu dar uma ajuda àquela gente. Pensou então: Posso fazer isso num piscar de olhos... Eles precisam tanto de ajuda. E então o Ser Superior projetou-se para a terra, para uma criança que nascia naquele momento. Mas, naquela fração de segundo, quando mergulhava no recém-nascido, algo lhe passou pela mente: Mas aqui, neste planeta, existe uma coisa chamada Tempo. Quantos anos terrenos terei que ficar encarcerado, num corpo físico, numa matéria tão densa? E, neste momento, a criança lançou ao mundo o seu primeiro choro."

Veja só, meu amigo, esta questão de tempo realmente me atrapalha. Olho meu cão, de quatro anos, adulto; poucos anos mais e entrará na velhice. será que o tempo para ele conta como para mim? Será que seus quatro anos de vida passaram para ele como para mim correram os últimos quatro anos que vivi? E estes insetos de vida tão efêmera? Vinte e quatro horas, para eles, terá a duração de apenas um dia?

Se até mesmo para nós o tempo difere... Você quer ver? Será que para um náufrago solitário, numa frágil balsa ao sabor das ondas do mar, uma semana tem a mesma duração da nossa semana, tão corrida, atribulada, da casa para o trabalho, do trabalho para a casa? Duvido...

Até mesmo no nosso dia a dia o tempo nos confunde. Por que será que os momentos ruins passam tão devagar e os momentos bons são tão rápidos? Você já reparou como meia hora de uma conversa agradável passa muito mais velozmente do que meia hora na cadeira de um dentista?

Veja só, toda esta carta tão longa começou por causa dos Borboletas Azuis e da pesquisa da verdade. Continuo sem encontrá-la. Vivo num mundo no qual não posso confiar. Sei que todas as sensações que meus sentidos me transmitem não são dignas de confiança. E, ainda mais, qualquer impressão sensorial passa por uma longa estrada de nervos até alcançar o cérebro, onde então se forma a impressão da coisa. Fico eu a pensar: As sensações estarão nas coisas ou no cérebro? Porque sem cérebro, não existem mais as formas, os cheiros, os sabores, os sons. Vivo cercado por estas formas que meus sentidos me mostram, mas sei que elas podem não ser da maneira como as percebo. Olho em minha volta e defino as coisas que me cercam: Isto está perto, aquilo está longe, ou adiante, ou à esquerda, ou à direita, ou em cima, ou embaixo, e o que é isto tudo senão formas de percepção? Estarão os objetos nesta ou naquela posição? Aqui ou ali? Serão grandes ou pequenos? Ou tudo isso é uma só coisa, ou outra coisa, apenas com referência a nós mesmos?

Uma coisa aparece de uma maneira para nossos olhos, de outra sob o microscópio e diferente ainda se olharmos através de um telescópio. Uma gota d’água, aparentemente límpida e cristalina à olho nu, mostra uma variedade incrível de vida que se agita, quando vista sob poderosas lentes.

Olho o céu estrelado e sei que estou olhando para o passado, porque o brilho daquelas estrelas leva milhões e milhões de anos luz para chegar até nós. Então, como será, na verdade, o céu do meu presente? Nunca irei saber, ou melhor, saberei daqui a milhões e milhões de anos. E fico pensando nos nossos sábios, que estudam este céu passado e constróem nossas verdades presentes sobre bases que talvez já nem mais existam!

Meu amigo, onde está a Verdade?

É nessas horas que me sinto pequena, minúscula como aquela formiga que passeia na laranja, menor ainda, como uma partícula de uma ínfima célula pertencente a um organismo enorme. Mas uma partícula pensante, que raciocina e pergunta: Onde está a verdade? E as células, será que elas também pensam? Quem sabe? Pelo menos executam um trabalho perfeito e racional, como se tivessem inteligência. Talvez tenham mesmo...

Temos a mania de dizer que somente nós, os maravilhosos e perfeitos seres humanos, raciocinamos e temos consciência. Será mesmo? Penso que se assim fosse, seríamos capazes de conhecer a Verdade...

E aqui estamos nós, cercados por formas talvez ilusórias, rodeados por um Universo que já passou, acompanhando o ritmo de um tempo que não existe, caminhando para um futuro... Que futuro, se o tempo nós mesmos o criamos?

Meu amigo, em meio a toda esta confusão, faço a você uma última pergunta: Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós, pobres seres humanos, tão crentes no mundo que nos cerca, tão inconscientes da Verdade que nos rodeia? Que Verdade? Quem tem a Verdade? Se ela está com os Borboletas Azuis, talvez então esta carta nunca chegue às suas mãos; se não, receba com ela o abraço carinhoso de sua amiga e irmã,

Márcia.

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Texto de: Márcia Villas-Bôas

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 Abduzidos e Contatados


O homem evoluiu sua consciência, seu pensamento, e também sua sociedade, com predomínio de sua parte racional prática, e fechou o canal de acesso aos deuses. Agora, com a entrada do feminino e a ênfase da intuição, ele está tentando fazer este resgate, diferentemente do oriental que, ainda hoje, permite o convívio com a expressão da fantasia criadora. O ocidental, porém, antes de conseguir o equilíbrio no funcionamento dos seus dois hemisférios, terá que recuperar uma larga faixa de vivências intuitivas, ou seja, este homem que até aqui considerava a fantasia um devaneio do subjetivo, terá que vivenciá-la profundamente e só aí poderá começar a discernir, em meio ao caos, o que é valioso e o que é insensato.

Nos relatos dos contatados com UFO, na riqueza dessas histórias, observamos que estas misturas ocorrem com freqüência. Com a mente estimulada, a testemunha tem facilidade de mesclar suas próprias fantasias no núcleo real.

Na minha experiência com paranormais e médiuns, muitas vezes encontro esta marcante tendência à fantasia mesclada nas vidências e clarividências e mesmo nas manifestações de subpersonalidades canalizadas com os influxos energéticos espirituais às vezes presentes e outras vezes ausentes.

Os abduzidos que não possuem uma história mediúnica anterior à situação são bem diversos. São mais concretos, não gostam de lidar ou canalizar o campo espiritual e astral e só possuem a fantasia exacerbada nos meses posteriores ao contato, mas à medida que a energia decresce, se tiverem boa orientação, separam o real do que foi agregado. São geralmente personalidades decididas, que buscam entender racionalmente o que lhe passa e por isso sofrem mais, a não ser quando se perdem na fase do messianismo ou na necessidade de provar que não são loucos.

Geralmente, após passar a fase de êxtase, tem muita dificuldade de lidar com a introversão necessária da libido e coordenar suas tarefas cotidianas e sofre a incompreensão dos que lhe cercam o que piora ainda mais seu trabalho, por se instalarem dúvidas e falta de coragem.

Não há dúvida de que existe o trauma provocado pelo primeiro impacto, que é similar a qualquer outro trauma, ou por doença, ou por acidente, morte próxima, perda grave, rapto real, e muitas vezes só por vivenciar um problema destes, sem ter nenhum contato aparente com alienígenas, a pessoa muda totalmente sua maneira de ver a vida e começa uma transformação interna e externa.

Agora, vejamos, segundo o Manual de Psiquiatria, de Henry E.Y., como são descritas as reações pós-traumáticas: "neuroses traumáticas são reações psíquicas ao estresse ou reações ansiosas desencadeadas por um choque emocional".

Os abduzidos, mais ainda que os contatados, possuem essa angústia forte e evidente, e descrevem sintomas como pânico, pesadelos, confusão mental, descontrole emotivo, chegando à hiperemotividade e outros. Só que, na maioria das vezes em que são ouvidas, as pessoas só se interessam pela sua história de contato e por isso não sabem o que estão vivendo.

As conseqüências pós-traumáticas de um indivíduo que passou por um trauma emocional (comum), não por contato e abdução, são mais fáceis de resolver, é um fato em um momento. Após o fato, é só tratar as conseqüências e integrá-las positivamente. No caso de um contatado ou abduzido, trata-se de um processo e não existe apenas um fato desencadeador, mas toda uma seqüência de fenômenos e fases diferentes de experiências e sensações, e outros contatos e outros estímulos energéticos, numa sucessão de eventos.

Encontrou-se diferenças estatisticamente muito significantes entre os UFOE e NDE (experiências próximas da morte) e o grupo de controle, nas respostas dos efeitos posteriores quanto a:





1- Sensibilidades físicas:

Sensibilidade à luz, acuidade auditiva; sensibilidade à umidade.

2- Mudanças fisiológicas:

Decréscimo da temperatura do corpo; pressão arterial.

3- Mudanças neurológicas:

Diferenças no sistema nervoso, estrutura do cérebro.

4- Mudanças energéticas:

Aumento nas correntes elétricas do corpo. Decrescimento em tempo de sono.

5- Mudanças emocionais:

Alternância de humores.

6- Expansão da clareza mental:

Aumento da expansão da mente; fluxos de informação.

7- Mudanças nas funções paranormais:

Aumento das habilidades psíquicas como causa de mal funcionamento elétrico ou eletrônico no ambiente.




Uma pessoa passando por todas essas mudanças e fenômenos se sente perdida e incompreendida no seu ambiente e consigo mesma. Não podemos deixar de levar em consideração os transtornos psicológicos advindos do viver com esta mudança.

Dentre as mais marcantes queixas dos abduzidos e contatados sobre as conseqüências do seu contato, destacam-se as seguintes:



- Sonhos repetitivos e intensos;

- Tentativa de evitar experiências e lugares onde ocorreu a experiência;

- Dificuldade em fazer as coisas cotidianas da vida, antes normalmente executadas;

- Sonolências repentinas durante o dia;

- Depressão;

- Alternância entre ausência e aumento de desejo sexual;

- Pânico, estresse e nível de ansiedade muito baixo;

- Modificação metabólica;

- Comportamentos obsessivos e diferentes;

- Dificuldade de ajustamento com o companheiro;

- Mudanças de comportamento;

- Crises de irritabilidade descontrolada;

- Grande ansiedade;

- Muita energia no corpo e no ambiente;

- Medo de estar ficando louco;

- Sentimento de afastamento da família e dos amigos;

- Dificuldade de dormir;

- Dificuldade de concentração;

- Tornarem-se quase paranóicos, com medo das outras pessoas, medo de perder o emprego, etc...


O que venho querendo mostrar é que este processo do contatado envolve outros fenômenos anômalos e, portanto, não é tão simples como resolver as conseqüências traumáticas de um acidente ou evento. É mais complexo que um processo místico e mais complicado que a vivência de fenômenos paranormais. Envolve vivências com fenômenos anômalos, como paranormalidade e Kundalini, crises de energias comuns aos processos místicos, processo de morte x renascimento e, além disso, uma personalidade com todos os distúrbios de um trauma. Apesar de tanta complexidade, essa enorme desorganização também conduz, na maioria dos casos, a resoluções e crescimentos mais rápidos que em outros processos similares.

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Trechos extraídos de:

Transformadores de Consciência, de Gilda Moura

Editora Nova Era

 Povo das Estrelas


Talvez você seja um Star People ou um Viajante, pessoas em especial que estão aqui para ajudar a acordar a humanidade em sua essência espiritual.

Esta sessão compartilha de informações com dois grupos de "agentes secretos". Irmãos do espaço conhecidos como Star People e os Viajantes. Ambos são seres extraterrestres que entraram no nosso ciclo reencarnacional de forma a assistir à transformação para a era de Aquário. Ainda que os Star People e os Viajantes não sejam nativos do nosso planeta Terra, nenhum espírito que esteja associado à Terra, seja no momento presente seja em momentos passados, o é também. A razão para dizermos isto é a de que devemos nos lembrar que todas as pessoas são filhas do Criador, ninguém é diferente ou melhor do que outro. Cada um de nós está em seu próprio caminho, o qual por nós foi escolhido. Infelizmente alguns de nós estão se rebelando contra a verdadeira Unidade e Amor, de forma que o nível humano aparenta ser involuído. Contudo, todas as almas tem o mesmo potencial de grandeza ou de se tornar Uno com a essência.

A informação sobre os Star People basicamente provém da pesquisa do Sr. Steiger em fenômenos paranormais, uma vez que ele é autor de algo em torno de 200 livros sobre o assunto. Ele descobriu, ao trabalhar com indivíduos em hipnose regressiva, que determinadas pessoas haviam se voluntariado a vir à Terra, para elevar espiritualmente o planeta, e possuíam um outro mundo/dimensão, o qual chamavam de casa. Ele descobriu que os Star People eram basicamente de dois tipos: Star Helpers (ajudantes das estrelas) que têm como tarefa facilitar e ajudar os Star Seed (Sementes das Estrelas) em seu trabalho. Os Star Seed, que seriam espíritos extraterrestres encarnados aqui ajudando voluntariamente a construir a era Dourada.

Para que os Star People possam trabalhar com eficiência na Terra, eles teriam que possuir o tipo biológico normal deste planeta, de forma que todos tiveram um processo de nascimento natural como qualquer outro ser aqui. Quando encarnaram na Terra, eles tiveram de obedecer às regras e regulamentos da Terra, os quais incluíam ter um véu colocado sobre sua consciência, de forma a esquecer sua origem e estabelecer-se como seres da Terra.

Grande parte do trabalho para ajudar a transformar nossa Terra, requer que os ajudantes nos níveis materiais sejam exemplos de Luz e Verdade.

O Sr. Steiger descobriu em sua análise que muitos Star Seed tinham alguma fraqueza física ou experiências espirituais. As deficiências físicas se devem ao fato de que a freqüência vibratória em seus mundos é muito maior do que na Terra, de forma que o espírito do Star People não consegue se ajustar com perfeição nos níveis inferiores dos corpos terrenos.

No livro Star People , existe uma lista bastante discriminada dos atributos físicos/caráter. Algumas destas condições incluem: Olhar Magnético, temperatura corporal abaixo da normal, fruto de um nascimento não programado, (Star People tinham de encarnar rapidamente); sinusite crônica, hiper-sensitividade a campos elétricos ou eletromagnéticos, tem um zumbido ou um tom de áudio em seus ouvidos em precedência a um fenômeno psíquico-espiritual ou premonição de perigo, possuem constantes sonhos em que voam, crianças e animais são muito apegados a eles, sentem que, na Terra, mãe e pai não são propriamente os seus, tiveram companheiros invisíveis quando crianças, etc ... Os Star Seed normalmente reconhecem suas identidades no decorrer de uma série de experiências espirituais ou sincronicidade com suas atividades de memória. Contudo, como o Dr. Puharich mencionou no festival de Star People , uma pequena porcentagem destes seres são capazes de sobrepor as vibrações da Terra e lembrar-se de sua origem. Muitos Star People se tornam deprimidos porque sentem falta de suas casas e acham a vida na Terra muito difícil. Entretanto, estas condições ajudam -nos a compreender as reais condições de seus irmãos e irmãs aqui na Terra. Algo lhe soa familiar?

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Texto cedido pela Socex - Sociedade de Estudos Extraterrestres

 Oráculos


No livro "Os Oráculos", de Patrick Ravignat, lemos que:

"A questão divinatória é um eterno desafio mas o que importa não é tanto a massa de informações e de saber que ela propõe. Ela é a porta entreaberta, o salto em um além concreto, aqui e agora, a adesão a outra coisa que as normas do pensamento lógico não podem abarcar.

Simplesmente, todos os mundos coabitam, e todos os veículos não cessam de se cruzar: cabe a cada um, finalmente, inventar sua máquina para explorar o mistério.

- Vocês acreditam em todas essas coisas? - Oh, não, absolutamente, mas....

Esse não, mas resume a atitude paradoxal de nossos contemporâneos diante dos fenômenos ditos paranormais e tidos como inexplicáveis. Entre as duas posições extremadas, de recusa sem apelo e de credulidade total, estende-se uma área de reações variáveis, contraditórias: acredita-se sem acreditar, não se quer acreditar, mas mesmo assim acredita-se. "A vidência? A astrologia? As linhas da mão? Superstição! Charlatanismo! E acrescenta-se: "Mas há algumas coisas..."Ou o inverso: "Estive com um mago formidável!" E conclui-se: "Bom! Tudo isso são histórias..."

O texto acima mostra exatamente a posição da maioria das pessoas ante o desconhecido. Acreditam desacreditando, ou desacreditam acreditando, mas ficam em cima do muro. Às vezes arriscam uma espiadela rápida, numa consulta a um vidente ou num jogo de búzios, nas horas em que a vida está judiando e não conseguem outra forma de compreender o que lhes está acontecendo. De repente, por algum motivo, entram num estado alterado de consciência, e têm um vislumbre do que existe no lado oculto de sua própria mente. E se assustam, ou se maravilham, ou simplesmente procuram ignorar, com medo de bater de frente com uma nova realidade. Aí vem o medo do novo, o medo das mudanças internas que fatalmente irão se refletir na vida exterior, e preferem ignorar o insight e continuar como antes, procurando os oráculos nos momentos de grande aflição, em vez de procurarem as respostas dentro deles mesmos.

Quem nunca teve uma forte intuição? E quem, não seguindo seu palpite interno, se arrependeu depois? E, invariavelmente, vem o lamento: "... Ah, por que eu não segui minha intuição? Porque não acreditei no meu sonho?... "

Mas por que não segue a intuição, por que não acredita no sonho e prefere acreditar na palavra do vidente? Porque, como sempre, as pessoas teimam em só aceitar, em só acreditar naquilo que vem de fora, que vem pela boca dos outros, que vem pela televisão, pelo rádio e não reconhecem que dentro deles mesmo está uma verdade muito maior, que se acessada, poderá lhe dar todas as respostas..

Por que ele mesmo não olha para uma bola de cristal ou para a superfície lisa da água , faz suas perguntas, relaxa e espera as respostas? Porque, quando as respostas vierem, ele terá dúvidas... Será mesmo? Será imaginação? Mas, se for um vidente que lhe der as mesmas respostas...Ah! Aí é diferente! Aí fica mais fácil de acreditar!....

E assim caminha por cima do seu muro, equilibrando-se entre o acreditar e o desacreditar, quando seria muito menos angustiante aceitar de uma vez que seu interior é rico, que aguarda apenas a visita de sua própria lucidez para lhe abrir, pouco a pouco, a porta que o levará ao encontro de realidades muito mais abrangentes do que aquelas que seu raciocínio pode alcançar. Para isto, basta que tenha a coragem de dar o primeiro passo, de colocar uma bola de cristal sobre um veludo negro e fixar nela sua atenção, de jogar seus próprios búzios ou de simplesmente fechar os olhos e aguardar as imagens brotarem no fundo negro da tela de sua mente, sem se preocupar em saber se a resposta será realidade ou fantasia, pois com certeza verá a rica linguagem que vem do seu interior, ou através dele, para lhe contar, mesmo que de forma simbólica, a melhor maneira de conduzir seu caminho para alcançar uma integração com o Todo.

Existem, realmente, os que têm dificuldade em dar este primeiro passo. Mas chega aquele momento, o mais doloroso momento da vida, em que olham em volta e não encontram mais nada. E agora? Olhar para onde? Apoiar em que? Nunca, até então, haviam lhes ensinado a olhar para dentro. E como é difícil, nas primeiras vezes, a contemplação do próprio interior! E então eles batem à porta de alguém que lhes possa apontar um caminho, o caminho que leva ao interior deles mesmos, mas um caminho que depois terão que trilhar sozinhos.

Quem nunca precisou que alguém, algum dia, lhe falasse sobre a situação complicada em que vivia e lhe apontasse um caminho para a luz? Quem nunca se sentiu perdido num túnel escuro e sombrio e renasceu ao segurar a mão que o guiou à claridade?

Não acredito que exista alguém que não precise de uma palavra, de um esclarecimento sobre si próprio, de uma ajuda para se conhecer melhor e para entender aquilo que o aflige, antes de iniciar, realmente, a trilhar a estrada que o vai conduzindo, cada vez mais, para dentro de si mesmo.

A função de um verdadeiro Oráculo não é, como muitos pensam, servir de diretriz em todos os atos da vida de uma pessoa, mas sim apontar-lhe o meio de acalmar sua alma para poder seguir em paz, no caminho que o levará a seu interior à comunhão com todo o Universo.

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Texto de Márcia Villas-Bôas

E-mail:colmagos@gmail.com

 A Respiração


A prática da Alquimia, bem como muitas outras disciplinas metafísicas e esotéricas, envolve o uso calculado da respiração. Há estudos realizados que confirmam o fato de que a respiração leva a força vital por todo o corpo. Quanto melhor, mais profunda e mais completa for a respiração, mais vitalizados e saudáveis nos sentiremos. A respiração acelera o sangue e energiza o sistema.

Nos processos que tenho utilizado, dentro do contexto da Alquimia Interior, a respiração também desempenha um papel muito importante. É talvez a maneira mais simples de se alterar estados emocionais e a tensão física. Uma respiração profunda serve para oxigenar o sangue num tal grau, que a fadiga é minimizada, mesmo no meio da poluída vida urbana.

Os antigos conheciam a função da respiração. Parte do sistema iogue do pranayama consiste em variar as formas de respirar. A respiração equilibrada padrão – contagens iguais tanto na inspiração quanto na expiração – era uma prática igualmente importante nas tradições ocidentais, inclusive a egípcia e a druídica. O uso de mantras e cantos, tanto no Oriente quando no Ocidente, é uma das maneiras mais agradáveis de se estender e prolongar a respiração.

Uma respiração equilibrada cria ou mantém um veículo físico equilibrado através da equalização dos lados esquerdo e direito do corpo, do cérebro e do sistema nervoso. O fluxo estável de oxigênio simplesmente limpa de obstruções, fixações ou bloqueios que possam existir na mente, nos sentimentos e no próprio corpo. Após alguns minutos de respiração equilibrada, você se sente mais relaxado e, portanto, mais receptivo às percepções mais refinadas.

Cantos, mantras e todas as formas de canto e recitação forçam o organismo a tomar respirações mais profundas, aumentando assim a entrada de oxigênio, a retenção e a exalação. Cantar, particularmente músicas religiosas, é talvez a maneira mais fácil de abrir a porta às forças espirituais.

Outra das práticas aconselhadas no sistema iogue é a retenção da respiração, tanto após a inspiração quanto após a expiração. Ao praticá-la, você notará que, enquanto retém a inspiração, com os pulmões cheios, você não apenas terá uma sensação de explosão, mas começará a sentir um formigamento quase imediatamente após encher os pulmões. Quando você mantém os pulmões vazios, logo após a expiração, experimentará uma sensação de colapso muito próxima do medo e, contudo, o resultado final também o levará à sensação de formigamento.

A respiração serve como condutor do fogo sagrado da respiração da Divindade. A respiração contém vida – fogo e Luz.

A viagem através das práticas respiratórias intensificadas e dirigidas é a jornada do eu através dos diferentes estados de consciência, a partir de estados intensamente físicos e emocionais, para os estados mental, mental superior, psíquico e espiritual. Isso é possível porque você está acelerando o nível de vibração em seu corpo, começando pelo sangue através das células, o cérebro e todo o circuito energético.

Enquanto suas ondas cerebrais diminuem a quantidade de atividade física, as faculdades superiores de percepção manifestam-se. Finalmente você estará em associação, porém momentaneamente, com seu Eu Superior e você pode entrar nos domínios da Luz geralmente inacessíveis nos estados de alerta.

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Trechos extraídos de:

Alquimia Interior – Zulma Reyo

Editora Ground

 Tao


Ele é o princípio e origem de tudo. É absoluto. Em todas as coisas e tempos. É abrangente e infinito. É a naturalidade. A ordem cósmica. A essência de todas as coisas. É a não-intenção, a espontaneidade, a naturalidade. É a ação sem intenções egoístas ou maliciosas. O que leva à raiz. É a suprema abrangência, que é a tolerância e aceitação em tudo; o ser compreensivo no cotidiano. E o caminho, a passagem para a tolerância, a abrangência, estão na virtude do vazio, do orifício: o romper barreiras entre pessoas e mundos, como faz o buraco do muro. É viver o que vem da vida no Caminho, que é o mais natural. É ouvir a canção da água no palácio de águas cristalinas, de transparência interior. Sem as impurezas do coração, que impedem a percepção das coisas verdadeiras. É simplesmente trabalhar, falar, ajudar, fluir e viver cada momento com o possível e o disponível de cada instante. Sem irritação, sem estresse, sem raiva. Mas não é entregar-se, ficar sem ação. É outra atitude mental. É o caminho da naturalidade...

O TAO absoluto está em toda parte. O Caminho é feito pelos animais, pela poeira, pelas formigas. Está dentro e fora de todas as coisas. É indescritível e indeterminado.

O TAO do homem não pode ser compreendido pelo cachorro. Mas ele existe no cachorro e no homem. Não é um vazio, um vácuo. Não é um símbolo, mas não é a ausência de imagem. É existência que não se enquadra em nenhuma existência, mas representa todas as existências e formas. É existência de todas as coisas e não é nenhuma delas. De modo que a soma das imagens não é nenhuma imagem. Só se alcança pela não-existência.

Renunciando à sua imagem você alcança a imagem da não-imagem. Esquecer o de fora, parar de pensar, esvaziar-se.

Livrar-se da existência física, emocional e mental, para contemplar a não-existência. Não pode ser descrito porque o finito não descreve o infinito. Assim como a palavra não descreve o silêncio.

Se você não disputar, não pode vencer nem ser vencido. É ação pela não-ação.

Essência e força vital criativa de todas as vidas, as quais cria e mantém. É a força primordial por trás de todas as coisas. Traz renovação, e, pela meditação, transforma e vitaliza.

Tudo o que é impermanente é falso: juventude, poder, fama, a imagem vista. Imortais são os seres que encontram essa essência da eternidade. São os Iluminados. Pois, assim como o saber nas bibliotecas, o Caminho só existe quando é freqüentado. Quando a transformação não ocorre na essência, por dentro, nós fantasiamos por fora. E de que vale mudar por fora, se o interior permanece imutável.

Só a essência dos seres que andam, das estrelas que vagam, da natureza que frutifica e traz vida, só ela é autêntica.

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Uma definição de TAO dada em palestra pelo monge da

Soc Taoísta, no Cosme Velho – Rio de Janeiro

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