domingo, 9 de janeiro de 2022

 RITUAL DOS QUATRO ELEMENTOS

 

Uma das maiores dificuldades do ocidental é a concentração. Muitas vezes, até o relaxamento se torna difícil, pois enquanto tenta relaxar-se, sua mente fica saltando de um para outro assunto, e o resultado é sempre muito prejudicado. Faz suas orações, tenta alguns exercícios de concentração, mas não consegue manter-se por muito tempo com a mente limpa de pensamentos indesejáveis.

No entanto, os bons resultados que desejamos obter através das preces, dependem unicamente de uma boa concentração e do uso devido da vontade. Todo pensamento gera um efeito, desde que impulsionado por uma vontade forte. Temos em nós um imenso poder criativo, e saber usar este poder nos outorga o dom de modificar o próprio destino. Muitos podem pensar que não se pode mudar os rumos de nossa vida porque eles já foram traçados até mesmo antes de nascermos, porém o poder de criar, o poder de modificar, faz parte da natureza humana. O poder não é bom e nem mau, nem positivo e nem negativo. Ele é apenas o direito que cada um tem que tomar nas próprias mãos as rédeas de seu destino.

Um dos primeiros efeitos de uma boa concentração é a harmonização do organismo com a energia dos elementos da natureza. Como habitamos em um corpo físico, composto dos mesmos elementos que constituem a matéria, ao equilibrarmos nossas energias, elas logo entram em sintonia com as energias mais sutis dos elementos, aumentando a nossa força interna e o nosso poder de dirigir a Vontade.

No começo, é bom criar um pequeno ritual diário, pois facilitará o relaxamento mental, a concentração e, principalmente, criará o hábito de, pelo menos em um momento do dia, voltar-se para o interior e estabelecer uma conexão com as energias universais. Com a força interna despertada, desaparecerão todos os medos, as tensões e as angústias. Pouco a pouco o seu inconsciente começará a ser perscrutado pela sua própria mente e os conhecimentos ali ocultos, aparentemente tão longe do alcance do seu conhecimento, começarão a vir à tona e a responder às suas dúvidas e questionamentos sobre tantas superstições e temores que lhe foram inculcados na infância.

Falamos em criar um ritual diário, mas não é preciso se preocupar com isso, pois não terá que dispor de um grande espaço, nem de roupas especiais, círculos, desenhos mágicos, espadas, punhais, etc. Ritual também é aquela prática que é observada todos os dias, em ocasiões determinadas. Por exemplo, se você tem o hábito de, a um determinado momento de seu dia, acender um incenso ou uma lamparina e dizer uma pequena prece, isto já se transformou num ritual. E com o tempo, você perceberá que, somente pelo fato de se preparar para acender o seu incenso ou a sua lamparina, você se coloca num estado especial de consciência mesmo antes de recitar a sua prece diária, pois a principal finalidade de um ritual é elevar instantaneamente nosso padrão energético e promover a concentração, através da focalização da mente nos gestos e nas preces.

Para realizar todos os dias o seu ritual de harmonização com os quatro elementos, você precisará apenas de uma toalha branca, um pequeno sino ou similar, uma vela, um incensário, um cálice para água filtrada e um potinho de vidro ou de barro, onde colocará uma colherada de sal.

Se você dispõe de um canto em sua casa, somente seu, poderá deixar seu altar armado numa pequena mesa. Se isto não for possível, guarde em uma caixa os seus utensílios. Procure habituar-se a realizar seu ritual diário sempre na mesma hora.

Monte o seu altar da seguinte maneira: Sobre a mesa, na frente: o sino. Logo atrás dele, a vela. Atrás da vela, o incenso. Do lado direito da vela, a água. Do lado esquerdo da vela, o sal.

Fique de pé em frente à sua mesa, feche seus olhos e faça sete respirações bem profundas e lentas. Depois, acenda a vela e o incenso e faça soar o sino, três vezes, para a abertura do seu ritual.

Olhando agora para o sal, diga:

Que o espírito da terra cresça em minha alma e a torne forte e corajosa. Que assim como as sementes brotam ao contato com a terra, que toda a sabedoria que se encontra, latente, em meu interior, se desenvolva e chegue à minha mente inundando-a de sabedoria. (Coloque na boca uma pitada do sal).

Olhe agora para a água, e diga:

Que o espírito da água banhe minha alma e me torne compreensivo (a) e maleável, dissolvendo toda a rigidez do meu raciocínio analítico. Assim como a água purifica tudo por onde passa, que também seu espírito purifique minha alma, tornando-a mais receptiva aos fluxos universais. (Beba um gole da água)

Olhe agora para o incenso, e diga:

Que o espírito do ar se impregne em meu corpo e em minha alma, trazendo-me a leveza da brisa e o poder dos ventos. Que assim como o hálito divino tem o poder de criar, que minha mente seja tocada pelo sopro da criatividade. (Inspire fundo)

Olhe agora para a chama da vela e diga:

Que o espírito do fogo se infunda em minha alma, enchendo-a de força e poder. Assim como o fogo transmuta tudo aquilo em que toca, que o fogo interno mantenha sempre viva em mim a caldeira onde meus pensamentos serão constantemente transmutados até que minha mente possa compreender os segredos da vida universal. (Feche os olhos e imagine que a chama da vela o (a) envolve e se entranha em seu corpo) .

Para terminar, recite a prece do dia da semana e, logo depois, faça soar o sino três vezes, para o fechamento do seu ritual. Se for possível, deixe que a vela se queime até o fim. Se não, apague-a e poderá usá-la no dia seguinte. Jogue o sal e o resto da água no jardim ou em água corrente, ou deixe que corram junto com a água de uma torneira.

 

 

 

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